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sábado, maio 12, 2012

China incontornável no comércio mundial

O processo de internacionalização da gigantesca economia chinesa acentuou-se de tal forma depois da entrada do país na na Organização Mundial de Comércio (OMC) em 2001, que da China passou a ser o  "elefante" arrasador em todos os cantos do comércio internacional. 

A extraordinária dimensão  dos fluxos comerciais e financeiros chineses  faz lembrar a velha anedota:
- "Onde é que se deita um elefante?   Onde ele quiser."

O que a China importa sobe de preço devido ao "China pull", o que China exporta arrasa a concorrência.  É isso que tem acontecido com as matérias primas, onde China desenvolveu novos modelos de contratação para garantir fornecimentos, como por exemplo o Angola Model, com pagamento em espécie na forma de investimentos em infraestrutura.  Nas exportações, a China arrasa pela quantidade senão pela qualidade.  Por exemplo, a China já   garante dois terços do fabrico mundial de calçado, enquanto o Brasil, outro tradicional grande fabricante está a ter que defender   o seu mercado doméstico com sobre-taxas alfandegárias. 
China Current Account to GDP
Este poderio comercial, o "China push", resultou em enormes superavites da balança de transações correntes chinesa que chegou a 10,6% do seu PIB em 2008, com base também nas redes de lojas chinesas que se encontram até em aldeias em Portugal e nos grandes centros comerciais "Dragon Marts" noutros mercados maiores.  Dada a sua enorme dimensão e superior organização, a China controla os canais comerciais a montante e a jusante, desde as minas até ao consumidor final, dispensando intermediários.

Apesar da moderação recente da BTC, a China continua a ter as maiores reservas cambiais do mundo,  que tem que reciclar investindo nos países importadores.   Tendo feito grandes aplicações financeiras em títulos do Tesouro de diversos países que estão sujeitos a bastante volatilidade, a China mostra agora preferência por infraestruturas tangíveis, adquirindo  os chamados "bens ao luar".  No caso de Portugal, a recente aquisição de 23,5% da EDP,  vai permitir financiar o nosso défice comercial com a China durante cerca de dois anos.

Estes desequilíbrios insustentáveis vão ter que ser corrigidos, de uma forma ou de outra.
Entretanto, impõe-se a vigilância. Quando o gigante chinês se movimenta, quem estiver no seu caminho que se afaste, senão quiser ser esmagado.

Mariana Abrantes de Sousa
PPP Lusofonia
Rede de lojas chinesas em Portugal http://www.oi.acidi.gov.pt/modules.php?name=News&file=article&sid=1172
Metals boom and the financial crisis http://ppplusofonia.blogspot.pt/2012/04/metals-boom-mirrored-in-financial.html
Se o Pail Natal fosse chinês http://ppplusofonia.blogspot.pt/2012/04/metals-boom-mirrored-in-financial.html
Fundo soberano chinês vira para activos reais http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia-mundial/china-divida-europa-fundo-soberano-crise-da-divida-crise/1347491-5206.html
Brasil, Russia, India, China comentados na Comissão Executiva http://ppplusofonia.blogspot.pt/2012/04/comissao-executiva-discute-brasil.html   

2 comentários:

  1. Portugal está preso num ciclo vicioso de importação e empobrecimento:
    - Quanto mais importamos, mais pobres ficamos
    - Quanto mais pobres ficamos, mais nos viramos para artigos importados (aparentemente) baratos que concorrem com a nossa própria produção interna.
    A factura das "importações baratas que saiem caras" vai ser paga pelos netos e bisnetos.

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  2. China finances infrastructure in Africa with commodity-based project financing.

    Recycling huge external surpluses into a type of project-related lending in order to secure long term raw material supply from emerging market at discount prices can be seen as a big improvement over investing in Government bonds to pay for entitlement programs and the welfare state in OECD countries.

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