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sexta-feira, agosto 12, 2011

Coisas que não lembram à Troika

Algumas sugestões para melhorar  a nossa competitividade internacional:

1.     1. Falta um Export-Import Bank para toda a União Europeia, uma vez que o “financiamento à exportação” é um factor chave de competitividade externa cada vez mais importante. A Alemanha tem o seu KfW, mas os países mais pequenos não têm capacidade de competir nesta matéria. O BEI financia algumas exportações mas não tem mandato específico nesta área. Nas crises latinoamericanas dos anos 80s, a restructuração da dívida externa incluiu uma Pre-export Financing Facility que permitiu aos exportadores brasileiros e chilenos continuar a exportar apesar da contracção generalizada de crédito. 

  2.   Seria bom apoiar a certificação de produtores portugueses, em termos de qualidade, ambiente, comércio justo, etc. A “certificação para a exportação” poderia ajudar os produtos portugueses a aceder aos mercados mais exigentes. Este apoio poderia ser material, mas também organizativo.
2.   
3.   3.  Seria bom ter um fundo de investimento em infra-estruturas que pudesse adquirir créditos de project finance no mercado secundário, créditos que os bancos portugueses e outros estão agora a transaccionar a grande desconto.  

4.    4.  De acordo o artigo sobre “Paying for Pensioner Health Care, your budget or mine”, o sucesso da recente aposta na atracção de reformados do norte de Europa dependerá de se passar a exigir que os aposentados estrangeiros, que não contribuíram em Portugal, tragam não apenas a pensão mas também o seguro de saúde, a fim de ter acesso ao nosso SNS.  



5.  Já que não podemos cortar nos juros da dívida externa,temos de cortar nas importações de bens e serviços não financeiros.  Para isto, seria importante voltar a tributar e a reduzir o crédito ao consumo, incluindo o financiamento de automóveis, electrodomésticos, electrónica, férias no estrangeiro e outros portugueses importados.  E considerando que importamos cerca de 60% dos alimentos que consumimos, deveríamos cortar os apoios a agricultores para não produzir. 


6.  É essencial pagar taxas de juro positivas em termos reais aos aforradores e depositantes locais, que são os investidores mais importantes para nos ajudar a sair da crise.  Com taxas de juro que se vejam, os aforradores locais poupam mais,  reduzem o consumo, reduzem as importações, e "nacioanalizam" o funding dos bancos e do Estado.  Por isso é essencial proteger os aforradores locais de quaisquer consequencias da crise de dívida externa, com um bom seguro de garantia de depósitos, de preferência a nível europeu, como o FDIC americano.


   7. Outra coisa que não lembra à Troika, nem ao Ministério de Educação: aulas de alemão em todas as escolas secundárias do país. 

Uma das razões da divergência de fortunas entre os países da União Europeia é a falta de mobilidade geográfica, devido em parte às barreiras culturais.  
"If you can't beat them, join them." 
Já que a Alemanha é a maior mercado da EU, é imperativo aprendermos alemão para conhecer melhor esse grande cliente, para lhe vendermos mais, para trabalharmos melhor com e na Alemanha. O financiamento tem que ser alemão também, uma forma de reciclar os seus superavits "massivos", como lhes chama o Krugman. 



Mariana Abrantes de Sousa 
PPP Lusofonia
M


hthttp://ppplusofonia.blogspot.com/2011/02/paying-for-pensioners-your-budget-or.html  , http://ppplusofonia.blogspot.com/2010/02/your-budget-or-mine.html

6 comentários:

  1. One important thing the Troika seems to have overlooked is the need to provide export financing to the deficit countries so they can export their way ouf the external debt problem.
    Germany has KfW and Hermes, France has Coface, but Portugal and Greece are too small to have their own EXIMBANK.
    If, by some miracle, a Portuguese company wins an export contract to Marrocos in competition with a German company on technical and pricing criteria, it is sure to loose it when the German exporter pulls out the KfW card.
    More important than buying up Govt bonds, these countries financing for export-led growth.

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  2. A ASFAC reporta queda no crédito ao consumo de 22% no terceiro semestre versus o mesmo período de 2010.

    Mais de 70% deste crédito é crédito automóvel, isto é financiamento à importação de veículos.

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  3. Uma recente instrução do Banco de Portugal de finais de Outubro vem aplicar uma dedução aos fundos próprios dos bancos sedeados em Portugal, bem como às sucursais de instituições de crédito com sede em países fora da União Europeia, sempre que apresentem depósitos com taxas de juro elevadas.

    O BdP faria muito melhor deixar remunerar os aforradores pelo risco e cortar no crédito ao consumo.

    VER http://www.deco.proteste.pt/investe/banco-de-portugal-limita-super-taxas-s4923724.htm

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  4. Outra coisa que não lembra à Troika, nem ao Ministério de Educação: aulas de alemão em todas as escolas secundárias do país.

    Uma das razões da divergência de fortunas entre os países da União Europeia é a falta de mobilidade geográfica, devido em parte às barreiras culturais.
    "If you can't beat them, join them."

    Já que a Alemanha é a maior mercado da EU, é imperativo aprendermos alemão para conhecer melhor esse grande cliente, para lhe vendermos mais, para trabalharmos melhor com e na Alemanha. O financiamento tem que ser alemão também, uma forma de reciclar os seus superavits "massivos", como lhes chama o Krugman.

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  5. Será que o novo "Banco de Fomento vai financiar as exportações.?

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