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terça-feira, julho 26, 2011

Transportes Públicos: da Crise à Oportunidade 2

"Transportes públicos têm que deixar de ser parte do problema orçamental e financeiro e passar a ser parte da solução."


Carlos Barros, ISEG
Francisco Banha
José Almaça
Mariana Abrantes de Sousa, PPP Lusofonia

Comissão Executiva de 19/07/2011
pt.02.02  http://youtu.be/bjZ1_mMm40c

sexta-feira, julho 15, 2011

Eurozone debt crisis - now in song

You think it can't happen to you?
British banks were only the second largest "loose lenders", after the German banks, as show in the statistics on Eurozone debt exposure by "bank home country".  In fact, British bank exposure to the peripheral countries is larger in relation to its GDP that of German banks.  Even French banks were more cautious.

The excessive exposure to the fragile peripheral economies reflects on the quality of the "home rule" prudential regulation of each of the Central Banks who could have curbed excessive cross-border lending.

quinta-feira, julho 14, 2011

Ministro do transporte do Brasil demitiu-se sob suspeita de desvio de fundos de projectos de infraestrutura

BRASÍLIA – Suspeito de participar de um esquema de corrupção no Ministério dos Transportes em favor do partido que preside, o PR, e sentindo-se sem condições políticas de sobreviver à frente do órgão, o senador Alfredo Nascimento (AM) pediu demissão do cargo de ministro nesta quarta-feira (6-Julho-2011), em carta enviada à presidenta Dilma Rousseff.
O ministro negou qualquer procedimento incorrecto. 
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Fontes: Correio do Brasil , Jornal de Negócios, The Economist 

quarta-feira, julho 06, 2011

Portugal e Grécia apanhados no jogo do empurra entre credores oficiais e privados

O jogo-do-empurra de como ajudar a Grécia, e os outros países periféricos, a sair da crise de sobre endividamento entrou agora numa nova fase, com os credores oficiais europeus a tentar envolver os credores privados numa solução de longo prazo.

Enquanto alguns continuam a censurar os gregos pela sua indisciplina financeira, os principais analistas já tinham chegado à conclusão que o resgate de €110 mil milhões aprovado em Maio 2010, dos quais €53 mil milhões já foram desembolsados, não iria ser suficiente para repor a sustentabilidade da economia grega, ainda que apoiado em fortes medidas de austeridade.    

E Moody's acaba de reduzir o rating de Portugal para níveis especulativos porque considera que o resgate de €78 mil milhões também será insuficiente. 

Assim, o FMI, que contribuiu com 27,5% desse  Resgate I grego, avisou recentemente em Maio que não iria autorizar o desembolso da quinta tranche de €12 mil milhões em Julho 2011, a menos que houvesse um reforço de fundos para garantir os pagamentos nos próximos 12 meses. 

Isto, apesar da avaliação geralmente positiva feita pelos analistas da EU/FMI à evolução dos indicadores económicos gregos.  A Grécia reduziu o seu défice público em mais de cinco pontos percentuais do PIB em 2010, o maior corte orçamental dos países membros da OCDE nos últimos 25 anos.  E reduziu o défice da Balança de Transacções Correntes para -11,8% do PIB em 2010 e  provavelmente para -9,9% em 2011.  Mas a Divida Externa Liquida grega vai provavelmente saltar de 129,5% do PIB no final de 2010 para 140,5% em 2011. O país arrasta-se no terceiro ano de recessão (redução de -3,9% do PIB em 2011), o desemprego bate recordes acima de 16% e as greves gerais e protestos enchem a Praça Syntagma. 

Do seu lado, os credores oficiais do Eurogrupo, os 17 países do Euro, tiveram que suportar grande parte do esforço de financiamento da economia grega, com o plano de Resgate I e com a acumulação de montantes pendentes de cobrança do Banco Central da Grécia (ao abrigo do sistema TARGET) que chegaram a €87 milhões a Dezembro 2010 (e €60 milhões no caso do Banco de Portugal).  Adicionalmente, os bancos gregos e portugueses estavam a utilizar €97,7 milhões e €40,9 milhões de liquidez do ECB no final do ano passado.  De facto, os credores privados internacionais aproveitaram este período de "crise-sem-default" para reduzir a sua exposição à Grécia, e aos outros países em crise, o que forçou os credores oficiais do Eurogrupo a aumentar o seu envolvimento.


E o esforço dos credores oficiais do Eurogrupo-17 é bastante mais que proporcional à exposição dos seus bancos à divida grega.  Por exemplo, os bancos sediados no Reino Unido são o terceiro maior grupo de credores da Grécia, depois da França e da Alemanha, mas o governo britânico tem conseguido distanciar-se.  Obviamente, estes apoios aos países sobre endividados, e aos seus credores internacionais, são objecto de forte oposição da parte dos eleitores e contribuintes.


Por isso, não é surpresa que o Eurogrupo venha agora impor novas condições para liderar o Resgate II, outro pacote de resgate estimado em €85 mil milhões para a Grécia, nomeadamente a aprovação e implementação de um novo programa de austeridade, e, sobretudo, o envolvimento do credores privados na partilha do sacrifício.  E a Finlândia ainda vai exigir garantias adicionais (collateral), como já fez no passado. 


O Parlamento grego fez a sua parte a 29-Junho-2011 ao aprovar novas medidas de austeridade orçamental, no total de €28 mil milhões, junto com um ambicioso programa de privatizações estimado em €50 mil milhões. Como sempre, a prova real estará na implementação.  
Os detalhes do “envolvimento do sector privado” ainda estão por definir e a sua negociação vai fazer correr muita tinta. Em princípio, espera-se um contributo de €30 mil milhões dos credores privados, cerca de 25% da exposição de €116 mil milhões dos bancos dos seis principais países credores, incluindo o Reino Unido e os Estados Unidos. Isto fica bastante abaixo do “haircut”de 40% que se comenta e parece estar implícito nas taxas de juro.
Este contributo dos credores privados pode vir a tomar a forma de novos créditos de longo prazo (new money) ou a forma de reestruturação voluntária da dívida existente (prolongamento de prazos, ou redução de juros), o que as agências de rating poderião classificar de “default selectivo”. 


O ECB mantém a sua oposição a qualquer solução que implique a classificação da dívida grega em default, ameaçando deixar de aceitar activos gregos como caução nas suas facilidades de liquidez. É possível que o ECB necessite de apoio especial dos seus accionistas para continuar a prestar liquidez aos bancos de países membros que entrem em default.


Adicionalmente, a declaração de um “credit event” permitiria aos investidores accionar a protecção dos CDS, crédit default swaps, uma possibilidade que parece aterradora para o mercado. Os CDS registados representam pouco mais de 1% da divida grega, e não se sabe ao certo quem terá vendido protecção contra o default da Grécia, contra prémios leoninos acima de 10% e 15%.


Curiosamente, alguns analistas estimam que o grosso do “envolvimento dos credores privados” venha dos investidores locais, isto é dos bancos, fundos de investimento, fundos de pensões e aforradores gregos, ficando os credores internacionais praticamente a salvo. Este estranho resultado do “jogo do empurra” seria uma situação praticamente sem precedentes na Europa moderna, pois os investidores locais seriam duplamente sacrificados, com maior carga fiscal e com maior perda de valor dos activos. 
De facto, a crise de endividamento dos países da Eurozone está a entrar por “mares nunca dantes navegados” em termos de finanças internacionais.

Desde logo, os programas de ajustamento negociados com o FMI são muito diferentes do habitual, na medida em que referem poucas medidas para o sector externo e para a balança de pagamentos. Ainda está por provar, se um país consegue fazer ajustamentos desta magnitude só com austeridade interna e sem os tradicionais instrumentos de política externa incluindo desvalorização, tarifas alfandegárias e ajustes na política monetária e de crédito. 

Depois, o habitual jogo-do-empurra entre os credores é bastante mais complicado sem a diferença da moeda, que permitia distinguir facilmente entre credores internacionais e os investidores locais. 


Houve tempos em que a reestruturação de dívida externa privilegiava os investidores obrigacionistas, que conseguiam escapar à obrigatoriedade de reestruturar a divida existente e de contribuir novos créditos, por serem detentores de “obrigações ao portador”. Nos 1980’s, esta fuga era pouco importante porque a dívida externa dos países da América Latina era sobretudo dívida bancária.  


Com a integração financeira da Eurozone, estamos numa situação desconhecida, de “tudo ao molhe e fé em Deus”. Previsivelmente, qualquer tentativa de impor cortes nos valores dos activos detidos pelos investidores e aforradores locais resultaria numa fuga de capitais de proporções e consequências imponderáveis. 


Se o Estado tem um problema de sobre endividamento em geral, o país no seu todo tem um problema de excesso de dívida externa, em boa parte devido ao facilitismo na concessão de crédito da parte de credores internacionais e à falha de regulação prudencial nos países de origem dos bancos credores. 

Se é verdade que os credores internacionais, cujo facilitismo fez parte do problema, devem, voluntariamente, fazer parte da solução, não haverá mesmo solução nenhuma sem os aforradores locais.

Nesta guerra de nervos, a redução do rating de Portugal é mais um aviso ao Eurogrupo de não continuar a insistir que os credores privados internacionais participem na solução.   Os contribuintes que paguem a crise. 

Os contribuintes gregos, portugueses, irlandeses e islandeses já estão a pagar. 

Mariana Abrantes de Sousa
Economista - PPP Lusofonia


O conteúdo deste artigo fez parte da discussão transmitida no programa  Comissão Executiva da ETV de 4-Julho-2011

VER também exposição dos bancos internacionais
  http://ppplusofonia.blogspot.com/2011/07/distribuicao-da-exposicao-bancaria-da.html 

domingo, julho 03, 2011

Distribuição da exposição bancária da Eurozone

Diz-se que não há informação fidedigna sobre quem tem exposição directa à Grécia (obrigações gregas) e quem comprou ou vendeu protecção de risco (CDS-credit default swaps) sobre  a dívida grega, o que não parece credível passados tantos meses de crise. 
Os bancos pagadores sabem sempre quem recebe os juros das obrigações.  
Diz-se também  que apenas 1% dos CDS estão registados, mas os CDS são contratos inter-credores e os credores que venderam CDS juntam-se a outros garantes como credores de segunda linha, que não acrescentam ao saldo em dívida. 


A identificação dos credores pode começar pelas listas do BIS, Banco de Pagamentos Internacionais.  Sabe-se também que os bancos estrangeiros têm reduzido a sua exposição à divida grega, irlandesa e portuguesa, à custa de aumento de exposição dos credores oficiais e dos investidores locais.  
De facto, a crise grega representa também uma enorme prova de stress para o mercado de CDSSerá que os CDS, cujos prémios custam tudo para cima de 10-15%, conferem verdadeira  “protecção” na pratica?
Agora que o Eurogrupo vai condicionar o novo pacote Resgate II ao envolvimento dos credores privados internacionais na resolução do crise de endividamento grega, os credores directos vão ter que se identificar, ou indicar os credores indirectos, isto é accionar a protecção do CDS.   
Note-se também que os bancos do Reino Unido tinham no final de 2010 a segunda maior exposição aos países em crise, depois da Alemanha, isto é, foram uma parte importante do problema de "loose lending practices".    
Mas o governo britânico tem conseguido distanciar-se da solução, e só se comprometeu com cerca de €7 mil milhões para a Irlanda, €4,2 mil milhões para Portugal, e cerca de  €1,3 mil milhões  para a Grécia. 
Nada como andar à boleia



Mais recentemente, o relatório da Comissão EU sobre a Grécia, de Julho 2011, analisa as consequências de uma potencial reestruturação de dívida, num cenário de perdão ou “haircut” de 40% da obrigações do tesouro grego.  Segundo o relatório, tamanha 

redução em valor devastaria os bancos gregos, que detêm cerca de € 40 mil milhões de divida estatal, e fundos de pensões com   €27 mil milhões, eliminando capital, e dando  azo a corridas de depósitos e de capital.   
Por isso, parece mais que evidente que os credores domésticos não podem, nem devem,  suportar uma redução do valor da dívida externa. 

Esta análise baseia-se numa premissa equivocada e provavelmente sem precedentes, que os credores locais seriam  os primeiros a sofrer sacrifícios.    

Ora, os países sobre endividados necessitam sobretudo da redução da sua dívida externa.  De pouco adianta impor perdas aos credores e investidores locais, que tinham toda a legitimidade para considerar as obrigações do seu Tesouro, na sua própria moeda, o Euro,  como uma reserva de valor segura.  Em contraste, os investidores internacionais sabiam certamente que estavam a correr riscos "cross-border".  
No caso da suspensão de pagamentos do México em 1982, os activos em moeda local não sofreram redução.   Em contraste, os depósitos bancários locais denominados em USD, num sistema bancário fortemente dolarizado, esses sim foram obrigatoriamente redenominados em pesos mexicanos ao cambio pre-desvalorização, o que foi muito prejudicial.   E sim, isto provocou uma forte saída de capitais.
Se houver "haircuts", eles devem ser assimétricos, protegendo os investidores e credores  locais.   Não será possível, nem tem lógica, exigir que os aforradores locais sofram perdas e ainda tenham que pagar mais impostos para reembolsar por inteiro os credores internacionais, privados ou oficiais.     

Estamos,  de facto,  em "mares nunca dantes navegados", e continua a faltar o sextante.   
Mariana Abrantes de Sousa
PPP Lusofonia 
Ver Comissão Executiva na ETV de 4-Julho-2011 sobre o Resgate II à Grécia 

sábado, julho 02, 2011

Perito para projecto social em Angola


 FWC Lot 9: 
"Estudo de situação para pré-identificaçao e pré-formulaçao do projeto de apoio e integraçao social dos grupos vulneraveis". Buscamos 1 perito Senior (60 WD). Inicio: 27/07/2011
PERFIL REQUISITADO
-Graduaçao ou pos-graduaçao em area relevante, especializado no dominio da assistência social nos paises em desenvolvimento
-10 anos de experiência em formulaçao de projetos (preferencialmente FED)
-5 anos de experiência em formulaçao e gestao de projetos em assistência social em paises em desenvolvimento
-Conhecimento do contexto institucional de Angola
-Conhecimento em procedimentos FED
Favor entrar em contato: dalmeida@transtec.be 
 

Reclama-se um melhor serviço público - SEF no Aeroporto de Lisboa


Concordo plenamente com  a critica publicada no blog Brutus ao mau serviço do SEF, Serviços de Estrangeiros e Fronteiras,   no Aeroporto de Lisboa, de manhã, especialmente as enormes filas de espera que já presenciei várias vezes e que já denunciei com reclamações no Livro Amarelo. Uma vez, estive 15 minutos à espera que trouxessem o dito Livro Amarelo.     
Mas parece que os estrangeiros que chegam ao Aeroporto da Portela antes das 9h00, e são quase todos os voos transcontinentais, têm que esperar que os responsáveis do SEF tomem o seu pequeno almoço!

Como somos  poucos os  portugueses que testemunham esta desagradável realidade, compete-nos alertar para esse problema e reclamar um melhor serviço público.  

Afinal, o turismo é tão só  o principal sector da economia portuguesa.

Mariana Abrantes de Sousa
PPP Lusofonia

sef@sef.pt, relpublicas@sef.pt, contactar@ana.pt 

ESPECIALMENTE NO AEROPORTO DE LISBOA  
Mais uma vez, ao chegar ao aeroporto da Portela, vindo Brasil, deparei com uma cena que só nos envergonha, especialmente quando aterram 2 ou 3 aviões da TAP provenientes do Brasil e 1 ou 2 vindos de África. 
Naturalmente que a maioria dos que desembarcam são brasileiros ou de países como Angola, Cabo Verde ou Moçambique, logo considerados "estrangeiros", pois o letreiro lá existente para cidadãos oriundos da 'CPLP' é mero disfarce, pois são tão ou mais controlados que outros estrangeiros.
Então, ao chegar ao controlo de passaportes, forma-se uma enorme fila para estrangeiros, "ziguezagueante", com centenas de pessoas, que perdem ali cerca de 1 hora, pois em regra só estão 4 agentes do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras). E mesmo para os portugueses e restantes países da União Europeia só está 1 agente do SEF. 
Só que, no meio desses cidadãos, estão dezenas de pessoas idosas e outras tantas crianças, muitas de colo. Julgam que alguém no aeroporto, designadamente da "ANA" ou mesmo do "SEF" se preocupa com as crianças ou com os velhos e lhes dá prioridade? Nem pensar. E é ver alguns não aguentarem e sentarem-se no chão (inexistem bancos ou cadeiras) e as crianças natural é que chorem passado algum tempo.
Isto repete-se e porventura todos ou quase todos os dias. E ninguém vê? E ninguém faz nada? Nem sequer têm um mínimo de bom senso de criar um balcão preferencial para os idosos ou passageiros com crianças? Será isto difícil? Que tem a dizer a isto o presidente da ANA e o Dr. Manuel J. Palos Director-Geral do SEF?
É por coisas destas, de fácil solução, mas que a incúria e a falta de humanismo prolongam, que eu às vezes sinto vergonha de ser português...