Tradutor

quinta-feira, novembro 25, 2010

Explica-me o Orçamento de Estado como se eu fosse uma criança de 8 anos

O Orçamento do Estado tem de ser explicado às crianças, os futuros Contribuintes de quem estamos a depender cada vez mais.

Então é assim:
Era uma vez um Ministério que queria facilitar a utilização dos transportes públicos pelos jovens estudantes e que por isso criou um novo "subsídio de transporte" para o Passe Escolar.
Grande ideia, disseram todos, especialmente a Luisinha, que gosta de andar de autocarro com as colegas.
Quanto vai custar este novo subsídio?   perguntaram alguns.
Cerca de 20 milhões de Euros ao ano, responderam as operadoras de transportes.

Quem vai pagar, perguntaram uns poucos.
Resposta:  Haveria três opções de financiamento, (a) cortar outras despesas orçamentais, (b) aumentar impostos, ou (c) pedir emprestado, aumentando a dívida pública que terá que ser paga passados 20-30 anos, com juros.  Mas cortar nas despesas ou aumentar os impostos vai afectar os actuais contribuintes, os pais e avós da Luisinha.  O mais conveniente parece ser financiar  este louvável subsidio ao transporte escolar com aumentos de dívida pública.

Pergunta para a Luisinha:
Preferes que as viagens de autocarro sejam pagas hoje, ou preferes andar de graça agora e pagar o transporte escolar  quando fores grandes,  daqui a 20 anos, acrescido de juros e alcavalas?
Resposta da Luisinha: que paguem agora, não quero herdar dívidas.

É assim que endividamento directo e indirecto do Estado tem o poder de transformar as melhores medidas em extravagâncias insustentáveis, a pagar pelos netos e bisnetos do Contribuinte.
Quando a esmola é grande, o pobre desconfia, diz o povo.

2 comentários:

  1. As a rule, countries don’t have “liquidity problems” unless they have “balance of payments problems” left to fester, ignored and unattended. And countries don’t have persistent “balance of payments problems” unless they have underlying structural trade problems, X-M competitiveness issues, papered over by free flowing credit, usually from the surplus countries themselves.

    The current problems within the “Single Currency” are rooted squarely in the “Single Market”, which exposed small fragile economies to the full competitive prowess with larger export-intensive economies, and permitted the accumulation of enormous credit-based (bilateral) trade deficits.
    Thus, financial markets are likely to remain volatile, until the EU resolves the underlying problems of the unbalanced “Single Market”, not just the symptomatic stresses within the “Single Currency”. This means protecting domestic retail depositors in the deficit countries rather than cross-border professional investors in the surplus countries, who are even now enjoying the benefits of moral hazard.

    Saving the EURO as Single Currency will certainly require rebalancing the Single Market.

    ResponderEliminar
  2. Gaping trade gaps

    "The REAL flaw in all of this" is that some steps are being taken are to address the external liquidity crisis, very little is being done about the debt and solvency crisis, and NOTHING AT ALL is being done about the TRADE CRISIS, as the trade deficits and surpluses within the Eurozone continue widening.

    Now THAT's really worrying, all the focus on the consequential financial trends and none on causative REAL trade trends.
    Better dust off Kindleberger.

    ResponderEliminar